Guatemala 2006


Viagem: México - Belize - Guatemala - México


A Guatemala foi uma agradável surpresa pois a sua população, os seus locais históricos resultado da presença Maia  juntamente com as suas paisagens vulcânicas fazem deste país um bom local para se visitar.
Chegámos à Guatemala via Belize, num autocarro conduzido por um motorista que já vinha a conduzir desde Cancun no México, com mais de 20 horas de condução.
A primeira paragem foi em Flores, uma ilha no meio de um lago perto das ruínas de Tikal, um dos locais mais importantes do mundo Maia.
Mal chegados, acordámos às 3h30 da manhã para assistirmos ao nascer do Sol do cimo de um dos mais altos templos de Tikal. Este local está rodeado de selva e muitos dos templos ainda estão por descobrir.
Ver o sol nascer foi também assistir ao acordar da selva, ouvir os chamamentos das diferentes aves, macacos e outros animais que ali vivem. Foi mágico!
A temperatura era agradável e todos os turistas ficaram em silêncio à medida que o astro rei emergia do céu!
Assistimos também a uma cerimónia junto a outro dos templos do local, com oferendas e uma fogueira e subimos pelas escadas íngremes dos mais altos templos já recuperados com cerca de 75 metros de altura, muito mais altos que Chichen Itza.
De volta a Flores, o lago transmite calma e convida a explorar a ilha que está ligada à povoação mais próxima por uma ponte.
Flores tem hostels, restaurantes com esplanadas, hoteis. Tem tudo para se poder viver ali.
É dali que partimos em direcção a Guatemala City, a capital. Considerada uma das mais inseguras e violentas do mundo, fomos acolhidos pela população que se prontificou a ajudar-nos, dar-nos conselhos, a indicar-nos o caminho. Um autocarro local, o primeiro de muitos do género, com manetes de mudança e decoração interior exuberante, leva-nos a outro ponto da cidade onde podemos apanhar o autocarro para Antigua.

Antigua foi a antiga capital do mundo novo espanhol na época dos descobrimentos.
É uma cidadezinha tipicamente colonial, com muitas igrejas, encaixada perto de vulcões, 2 deles ainda activos e cujas marcas dos vários tremores de terra são visiveis nas faixadas de muitos edificios, em especial igrejas que acabaram por não ser reconstruídas.
O ambiente é descontraído e agradável. Muitos dos edificios antigos foram recuperados e transformados em hostels, hoteis e restaurantes com pátios interiores com jardins e fontes.
Aqui encontramos um  Burger King que tem um hamburguer à portuguesa. A comida local é boa e muito parecida com a mexicana. Mas há pizzarias e até Macdonalds.
Há várias agências a vender excursões aos vulcões e acabamos por ir visitar o vulcão Pacaya.
A lava pode ou não existir. Tivemos sorte, houve lava fresca a avançar lentamente. É um espectáculo!
Mas subir ao cone da caldeira era perigoso pelo que tivemos que ficar pela planicie. Daqui dá para ver os outros 2 vulcões que rodeiam Antigua.

As pessoas são sempre simpáticas e acham sempre graça quando dizemos que somos portugueses. Há uma certa curiosidade de como é possivel viver ao lado dos espanhois. Portugueses não parecem passar muitos por aqui.
A cidade é pequena e plana e é possivel caminhar ao longo das ruas, descobrir os seus recantos, os seus detalhes, as suas casas coloridas.
Dali partimos para o Lago Atitlan nas montanhas. Este lago é uma antiga cratera de um vulcão. Nas suas margens há várias aldeias onde se chega através de barco. Nestas margens também se cultiva café.
Há muitos turistas que visitam a Guatemala para ter cursos intensivos de espanhol e que aproveitam para conhecer o país e é engraçado porque sempre que nos cruzamos com alguém visivelmente estrangeiro, todos se cumprimentam com o famoso Hola!. Há uma onda de relax nestas aldeias deste lago, os lagos têm destas coisas, transmitem uma calma, outro ritmo.
Resolvemos caminhar ao longo do lago e passando pelas diferentes aldeias. Vemos as pessoas a carregar os pesados sacos cheios de café às costas para serem pesados e receberem assim a compensação pelo seu trabalho. Aqui a população é mais india, mais escura, com trajes tipicos e vive essencialmente da agricultura e do turismo.
Para sairmos do lago e da aldeia onde ficámos, vamos até à paragem do autocarro que nos vai levar ao terminal de autocarros e onde teremos de trocar de veículo para nos dirigirmos à fronteira com o México pois é por onde regressaremos.
O autocarro é pontual como aliás foram sempre os que apanhámos.
Os autocarros são sempre muito coloridos tanto exteriormente como interiomente. Não são sofisticados e há sempre várias pessoas se sentam no mesmo banco, quer tenham ou não bagagem.
Sair do lago Atitlan implica sair da cratera, subindo por uma estrada ingreme, com 2 sentidos, com curvas e contra curvas, cujo autocarro ocupa as 2 faixas de rodagem para fazer uma curva de quase 90º.









Mas para estas pessoas que aqui vivem ou trabalham, este é um trajecto normal e estas curvas e ribanceiras nada acrescentam. Lá em baixo vemos o lago a brilhar ao sol. É mesmo grande e muito bonito.
Nas paragens que fazemos pelo caminho, entram pessoas a vender comida, galinhas, milho cozido, pessoas com muita bagagem, filhos. Vai tudo bastante comprimido.
A chegada à fronteira ainda demora. Ali chegados há toda uma aldeia de comércio que vive em torno da fronteira. Saímos da Guatemala mas até à fronteira com o Mexico são 3 kms que para serem percorridos nos obriga a apanhar um táxi. Há aqui uma faixa de terra de ninguém, onde ainda não estamos no Mexico mas também já não estamos na Guatemala.
Guatemala colorida com as suas gentes ficou para trás. Ali voltaremos novamente um dia.



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